Foo
Fighters e Whitesnake, CPM 22 e Raimundos, Titãs e Charlie Brown
Jr: Veja resumo do 2º dia de Rock in Rio 2019
Em
dia de gigantes como Foo Fighters, a
participação de Júnior Bass Groovador empolga
100 mil pessoas no festival
O
segundo dia de Rock in Rio 2019 tinha tudo para
ser dominado pelas apresentações de gigantes
como Foo Fighters e Whitesnake.
Mas
a nostalgia gerada por apresentações de bandas
brasileiras como CPM 22, Raimundos e Titãs
conseguiu equilibrar a balança.
O
sábado (28.09) contou também com a união de
sons nacionais e estrangeiros, através da
participação do baixista de forró do RN Júnior
Bass Groovador no show do Tenacious D.
O
rock dos anos 1990, representado principalmente
pela banda de Dave Grohl e pelo Weezer, foi
celebrado pelas 100 mil pessoas na Cidade do Rock,
na Zona Oeste do Rio.
O
público dessa geração também encontrou ecos
brasileiros através de apresentações de
Raimundos (unidos ao CPM 22) e do Charlie Brown
Jr.
Os
mais experientes também foram agraciados por
veteranos como Whitesnake, que deu uma aula de
rock farofa ao encerrar o palco Sunset, e Titãs,
que compensaram a formação atual com apenas
três dos membros originais com três bons
convidados e uma boa mistura de rock com
rap.
Em
um dia com boas parcerias, aliás, quem roubou a
cena foi mesmo a versão meio forró grooveada de
"Smells like a teen spirit", de Nirvana,
tocada pelo Groovador durante o show do ator Jack
Black com sua dupla, o Tenacious D.
Com
a chuva que não deu muita trégua desde
sexta-feira (27), o público teve de se concentrar
mais nos shows mesmo, porque acabou encontrando os
brinquedos e outras atrações interativas do
evento proibidos de funcionar no começo do
sábado. A tradicional roda gigante, por exemplo,
voltou a funcionar só às 19h45.
É
difícil ver uma banda mais à vontade em um palco
do que os Foo Fighters. A banda tem turnê já
testada e aprovada por brasileiros. Até um
expediente já usado em duas outras passagens
deles pelo país, de levar um casal para ficar
noivo no palco, foi repetido. Aos 50 anos, Dave
Grohl deu seus gritos e fez gracinhas de "labrador
humano do rock". Assim como o cão bonzinho e
agitado, ele é um ícone da simpatia no rock,
algo que o Brasil sempre aprecia.
O
quarteto californiano foi recebido pelos fãs de
Dave Grohl com uma frieza já esperada. A banda
não é tão conhecida no Brasil e fez um show
esvaziado em São Paulo, dois dias antes. A
plateia cantou algumas partes das seis covers do
repertório, principalmente "Lithium",
do Nirvana. Dentre as canções próprias, a
balada "Island in the sun" foi até que
bem recebida. As pesadas "Say ain't so"
e "Hash Pipe" também tiraram algum
barulho da plateia.
Os
veteranos do Whitesnake fizeram uma competente
celebração do rock farofa, encerrando a noite do
palco Sunset do Rock in Rio 2019. Do alto de seus
68 anos, o vocalista David Coverdale demonstrou
bom controle de sua voz já um pouco maltratada e
usou todos os truques da cartilha dos shows de
arena para garantir a vitória com o público, que
lotava o palco secundário do festival.
Tenacious
D
O encontro
inusitado entre o baixista potiguar Júnior Bass
Grovador e a dupla de comediantes roqueiros do
Tenacious D foi inusitado, mas era até esperado pelas
interações em redes sociais. Juntos, eles tocaram
"Smells like teen spirit", do Nirvana. De
resto, o duo liderado por Jack Black segurou o
público mesmo sem repertório muito conhecido,
graças ao carisma do ator e ao ótimo e bem sacado
encontro com o brasileiro. Foi, desde já, um dos
grandes momentos do Rock in Rio 2019.
Dois
nomes nostálgicos do rock brasileiro, CPM 22 e
Raimundos fizeram o que foi - até agora - o mais
verdadeiro encontro desta edição do festival.
Lado a lado, as duas bandas tocaram hinos do punk
e hardcore, que ocuparam rádios e programas de TV
nos anos 1990 e início de 2000, eras que já
parecem muito distantes na música brasileira.
Com
apenas três de seus membros originais, o Titãs
preencheu o palco Sunset com três convidados bem
diferentes - entre si e da banda. Entre sucessos
do grupo com mais de 30 anos de carreira, como
"Homem primata" e "O pulso", e
covers de clássicos do rock nacional, como
"Pro dia nascer feliz" e
"Aluga-se", quem se destacou mesmo foi o
rap. Edi Rock, um dos fundadores do Racionais MC's
subiu ao palco no final da apresentação para uma
versão belíssima de "Diversão" e uma
mistura de "Bichos escrotos" com
"Mágico de Oz", de seu grupo original.
As
duas bandas, fortes representantes do pujante
cenário pop/rock do fim dos anos 1990 e início
de 2000, se uniram para entregar hits antigos e um
cover do Rage Against the Machine. Mas o momento
mais intenso foi quando tocaram juntos uma versão
muito pesada de “O dia que não terminou”, do
Detonautas.
Ego
Kill Talent
É
difícil errar com uma fórmula tão certeira quanto
melodias cantáveis adornadas por uma parede sonora
agressiva. Modus operandi que o Ego Kill Talent domina
com habilidade, conforme ficou demonstrado no show que
abriu a programação do Palco Sunset. A banda -
formada por ex-integrantes do Sepultura, Udora e
Reação em Cadeia - inaugurou o rock nessa edição
de festival, com um setlist enxuto de 10 músicas e
comunicação rápida com a plateia.
Charlie
Brown Jr.
O
Charlie Brown Jr. se apresentou no Rock District
com a nova formação: Marcão Britto (guitarra e
vocais), Heitor Gomes (baixo), Pinguim Ruas
(bateria) e Panda (voz). "Vamos cantar com o
Chorão?", convocou Panda, citando o
vocalista, morto em 2013. Emocionados em vários
momentos, os integrantes também citaram
Champignon, baixista que morreu no mesmo ano.