Muse
complicado e Imagine Dragons perfeitinho: o resumo do último dia de
Rock in Rio 2019
As
duas bandas dividiram protagonismo no último dia
de festival. Palco Sunset teve emoção de Lulu
Santos com o marido, Clebson
No
encerramento do Rock
in Rio 2019,
duas bandas dividiram o protagonismo da noite.
Enquanto o Muse exibiu um show meio filme de
ficção científica, o Imagine Dragons apresentou
um best-seller de auto-ajuda.
Antes,
no Palco Mundo, o Nickelback voltou ao festival
leve e bem humorado, bem diferente daquela banda
arredia do início dos anos 2000.
Diferente
também de Herbert Vianna, que pareceu bravo
durante o show do Paralamas do Sucesso.
No
Palco Sunset, a emoção de Clebson Teixeira no
show do marido, Lulu Santos, fez o público
suspirar. E também o próprio Lulu, que depois da
apresentação se comoveu ao falar da relação
dos dois.
No
mesmo espaço, O Terno e Capitão Fausto
aproximaram Brasil e Portugal, unidos pela
influência psicodélica. King Crimson encerrou,
com público pequeno.
Entre
as celebridades que foram se despedir desta
edição do festival, Valesca Popozuda chegou
atrasada para o show dos Paralamas e Bruna
Marquezine apareceu de moletom.
Além
disso, a participação de Anitta continuou
rendendo. Depois do show no sábado (5/9), rolou
um after na casa dela. Um dos convidados foi
Vitão, com quem a cantora divide cenas quentes no
clipe da música "Complicado".
O
fim do Rock in Rio 2019 foi com cara de filme de
ficção científica. O show do Muse também teve
tudo a ver com o Rock in Rio: rock de arena e
visual de parque temático. Se o show foi
grandioso, a platéia foi menor do que a atração
anterior, já que parte do público foi embora.
Mas teve gente suficiente para fazer grandes coros
em "Uprising", "Plug in baby",
"Hysteria" e outras.
Com
dois Lollapaloozas na bagagem, o Imagine Dragons
estreou no Rock in Rio perto do auge. O U2 deste
final de década não economiza em papel picado e
em refrão cheio de vogal. Tem riff insistente de
guitarra, mas também tem um pouco de hip hop
(diluído, mas presente) e, novidade desta turnê,
mais arranjos com pegada eletrônica. Foi uma
prova ao vivo da força do Imagine Dragons.
Leve
e bem humorado, o Nickelback mostrou não ter mais
quase nada a ver com aquela banda dos anos 2000
que respondia de forma passiva agressiva às
perguntas sobre ser "a banda mais odiada do
mundo". A voz falhou em algumas partes que
exigem mais, mas nada que chateie os fãs da banda
canadense. Conhecido por baladas que popularizaram
um pós-grunge romântico, o Nickelback distribuiu
hits no começo ("Photograph"), no meio
("Someday") e no fim ("How you
remind me").
Os
Paralamas do Sucesso
Herbert
Vianna parecia bravo em alguns discursos, o telão
fez referências a política e violência, mas o
público estava tranquilão e satisfeito com o
show dos Paralamas. Dava até para imaginar que
eles seriam recebidos como café com leite por
fãs das bandas muito mais jovens. Mas não foi
assim. Mas o baterista João Barone puxou sem
pausa um salto vigoroso para o passado.
"Óculos" e "Vital e sua moto"
foram cantadas por gente mais jovem que as
músicas.
Ao
longo de seus mais de 50 anos na ativa, o King
Crimson certamente tocou para alguns públicos
pequenos. Neste domingo, os britânicos se
apresentaram para o menor número de pessoas
presente um show de encerramento do Palco Sunset
no Rock in Rio 2019 - talvez de todos os
horários. Não é possível colocar a culpa disso
neles, é claro. Com seus sete membros veteranos,
liderados pelo guitarrista e fundador Robert Fripp,
eles fizeram uma bela e louca estréia no festival.
Foi
uma boa ideia juntar, no Palco Sunset do Rock in
Rio, Lulu Santos e Silva. De gerações
diferentes, os dois têm em comum um repertório
versátil e antenado, que consegue ser popular sem
parecer genérico. É fácil imaginar músicas do
repertório dos dois cantadas em parceria. Mas vai
ficar só na imaginação. Em rápida passagem,
Silva cantou com Lulu dois covers: "Ovelha
negra", de Rita Lee, e "Admirável gado
novo", de Zé Ramalho.
Melim
& Carolina Deslandes
A
primeira impressão passada pelo show do Melim é
que a apresentação exerceu uma espécie de
efeito rejuvenescedor no público. Não é
exagero: na platéia, uma grande quantidade de
adolescentes parecia se conectar de maneira direta
com o som feito pelo trio de irmãos de Niterói.
É possível pensar em várias explicações - das
letras que tratam de relacionamentos às melodias
suaves e de fácil assimilação saídas das
harmonias vocais de Rodrigo, Diogo e Gabriela.
O
Terno & Capitão Fausto
Deve
haver algum manual que ensina a fazer a trilha
sonora de uma tarde tranquila e agradável. Caso
exista, há uma grande chance dos integrantes do
Terno o terem lido. A missão, entretanto, não
era solitária. Ao lado do grupo brasileiro
estavam os integrantes da Capitão Fausto, banda
de Lisboa que bebeu influências semelhantes ao
grupo brasileiro: grandes quantidades de
psicodelia e de Rock das décadas de 1960 e 1970.