Pink
acrobática, Anitta em dobro e funk orquestrado: o resumo do 6º dia
de Rock in Rio
Teve
estréia de Anitta, Pink trouxe seu circo ao
país; Palco Sunset teve homenagem aos 30 anos do
funk
O
dia mais pop do Rock in Rio foi de estréias e
desencontros. O sábado teve a primeira vez de Pink
no Brasil, emocionada e acrobática. Já Anitta
estreou no festival no Rio e lembrou diante da
multidão sua origem no funk.
Mas
a brasileira não conseguiu ensaiar no palco, onde
os gringos eram prioridade. Também foi
questionada por usar alguns vocais pré-gravados,
algo comum no pop e no rap.
Outra
atração de funk também foi festejada, mas com
fator inesperado. A Funk Orquestra ganhou o
Sunset com Buchecha, Fernanda Abreu e Ludmilla,
mas Kevinho passou mal e cancelou.
Pink
não foi a única a fazer pop até dependurada.
Will.i.am surgiu de tirolesa no show do Black Eyed
Peas no Palco Mundo. O show festivo teve dose
extra de Anitta no final.
H.E.R.,
cujas acrobacias são só musicais mesmo, ficou
meio deslocada com repertório menos conhecido e
pulante, mas mostrou destreza na voz, na guitarra
e belas canções.
O
Sunset ainda teve Charlie Puth celebrado até por
Anitta e Bruna Marquezine, e novo pop brasileiro
de Anavitória, Projota, Vitão e mais.
Os
bastidores ferveram com Paolla Oliveira, Juliana
Paes, Gabigol, Angélica, Luciano Huck e família.
Os anônimos capricharam com looks
extravagantes.
Em
nota destoante na festa, uma fiscalização achou
trabalhadores dormindo embaixo do palco Sunset de
manhã. Os funcionários da empresa Entreartes
trabalham carregando equipamentos.
É
comum ver a cantora americana de 40 anos pendurada
por aí ou cantando com uma intensidade até um
pouco aterrorizante. Às vezes, as duas coisas ao
mesmo tempo. Após quase 20 anos de carreira, ela
trouxe seu circo ao Brasil. O clichê de chamar o
Rock in Rio de Pop in Rio fez todo sentido.
O
Black Eyed Peas provou neste Rock in Rio que é um
grupo muito esperto. Soube sobreviver à ausência
de Fergie em seu show lotado no Palco Mundo, com
seus hits dançantes, passeio de tirolesa e a
participação de Anitta, que havia se apresentado
mais cedo. O momento em que a brasileira subiu ao
palco, para dar uma palhinha em "Don’t lie",
foi sem dúvida o favorito do público
A
cantora e instrumentista de 22 anos se multiplicou
no Palco Mundo. Foi uma pena que a apresentação
dela, um dos melhores shows do festival até
agora, tenha sido para uma plateia esvaziada e
dispersa após o show de Anitta. Com óculos que
cobriam metade de seu rosto e insistiam em cair,
H.E.R. provou no gogó e na habilidade com
instrumentos por que é considerada a maior
revelação do R&B hoje.
Demorou,
mas aconteceu. Anitta estreou Rock in Rio
relembrando a origem funkeira - uma estratégia
já esperada para sua primeira vez na edição
brasileira do festival, após anos de
negociações e a participação em Lisboa, em
2018. Foi o primeiro show em que o gênero,
nascido nos morros do Rio, apareceu com força no
Palco Mundo, o mais importante do evento carioca.
Ela levou um MC ao palco e rebolou em cenário
inspirado no Furacão 2000.
Charlie
Puth faz um solinho de teclado junto com uma
vocalização que mostra que ele é um músico
acima da média no pop atual. Depois, dá um
sorriso e faz uma gracinha para o público teen,
que se derrete. Foi assim, cheio de solinhos e
gritinhos, o primeiro show do cantor de 27 anos no
Brasil. Ele encerrou com alto astral a noite no
Palco Sunset.
Intercalando
canções da dupla e do cantor com covers bem
escolhidos, o trio fez um show intimista, que
ficaria melhor num espaço menor. Mas compensou a
pouca força com carisma. No momento mais
cativante, os três convidaram Vitor Kley para
cantar "Pupila", parceria dele com
Anavitória. Good vibe no palco e na plateia.
Com
letras que, de maneira quase invariável, passam
mensagens positivas, Projota já subiu ao Palco
Sunset com o jogo ganho - durante toda a
apresentação, o público cantava suas
composições. O hit “Linda”, na original
cantada com Anavitória, puxou um coral de vozes
femininas e antecedeu a passagem de Vitão, que
interpretou “Sei lá”. Em participação
rápida mas segura, Giulia Be apresentou uma nova
versão de “Cobertor”.
Não
seria exagero afirmar que, na tarde deste sábado,
o Palco Sunset se transformou em uma filial dos
clubes de subúrbio do Rio de Janeiro, onde o funk
carioca - ou batidão - nasceu e se criou.
Homenageando os 30 anos do estilo, a Funk
Orquestra, primeiro conjunto sinfônico dedicado
ao gênero, subiu ao palco para receber artistas
que ajudaram a construir essa história.