Milton
Nascimento atrai 15 mil pessoas ao Mineirão com Clube da Esquina
Saudou
Fernando Brant e cantou com Lô Borges, Wagner
Tiso, Samuel Rosa, Flávio Venturini, Maria Rita,
Maria Gadú e Criolo
Há
dois anos, Milton Nascimento, ao lado de Tiago
Iorc, fez o show da estréia de um espaço de
entretenimento de Belo Horizonte. Era o Anfiteatro
Mineirão, estrutura montada atrás de uma das
traves do estádio, com capacidade para receber 20
mil pessoas.
Bituca
voltou ao local na noite deste domingo (15/12)
para uma apresentação super especial: o
encerramento da turnê Clube da Esquina,
que começou por Juiz de Fora, em março, e passou
por várias cidades do Brasil e do exterior.
A
emoção que tem marcado a temporada se repetiu no
Estádio Magalhães Pinto. Bituca mobilizou uma
legião de convidados. O primeiro deles foi Samuel
Rosa, que cantou com o ídolo Um girassol da cor
de seu cabelo. “Vocês não imaginam o que é
estar aqui ao lado deste gênio, que de certa
forma me colocou na música”, afirmou o
vocalista e compositor do Skank, que também
soltou a voz em Paisagem da janela.
Flávio
Venturini, que participou ativamente das
gravações do disco Clube da Esquina 2, disse que
o convite foi uma honra, destacando o prazer de
estar ali naquele show histórico. Flávio e
Milton cantaram Nuvem cigana. Em seguida, o
convidado foi ao piano tocar e cantar Nascente,
sua parceria com Murilo Antunes e uma da faixas do
Clube 2.
A
Maria Gadú coube Canoa, canoa, canção de
Fernando Brant e Nelson Angelo, e Cravo e canela,
parceria de Milton com Ronaldo Bastos, companheiro
do Clube da Esquina lembrado por Milton durante o
show.
Lília
Ver galeria . 17 Fotos Milton Nascimento e astros
da MPB dividiram o palco na noite deste domingo no
Mineirão, em BH, no primeiro dos quatro shows que
encerram a turnê 'Clube da Esquina'Leandro Couri/EM/DA
Press Milton Nascimento e astros da MPB dividiram
o palco na noite deste domingo no Mineirão, em
BH, no primeiro dos quatro shows que encerram a
turnê 'Clube da Esquina' (foto: Leandro Couri/EM/DA
Press )
Um
dos momentos mais bonitos da noite foi a homenagem
de Bituca à mãe adotiva. Ele cantou Lília,
música que fez para ela, faixa do primeiro disco
Clube da Esquina. Muita gente da plateia se
emocionou.
Em
seguida, Bituca contou como conheceu um de seus
grandes parceiros, Lô Borges – os dois
assinaram o primeiro álbum Clube da Esquina. A
dupla cantou O trem azul, clássico lançado
naquele disco, em 1972.
Lô
chamou Samuel Rosa de volta e a dupla interpretou
Trem de doido. Criolo, outra participação
especial, cantou Me deixa em paz e Cais, com
Milton ao piano. Quando Bituca pegou a sanfona e
tocou Ponta de Areia, o Mineirão inteiro fez coro
para ele.
Maria
Rita entrou no palco chorando, muito emocionada.
Interpretou Encontros e despedidas, arrebatando o
público, e duas canções gravadas por sua mãe,
Elis Regina: Nada será como antes e O que foi
feito devera.
Sócio-fundador
do Clube da Esquina, Wagner Tiso, outro convidado
visivelmente emocionado, disse ser um homem
privilegiado por nascer no Sul de Minas, a terra
de Pelé, rei do futebol, e de Milton Nascimento,
rei da música. Os dois se conheceram ainda
crianças, em Três Pontas. Wagner tocou Coração
de estudante ao piano para o amigo de infância
cantar.
De
volta ao palco, Lô Borges apresentou Para Lennon
e McCartney. Uma homenagem-surpresa da produção
local emocionou Milton. Cartazes com a frase “Bituca
eu te amo” foram distribuídos ao público,
enquanto o bandeirão onde estava escrito 'A voz
de Deus' e 'Onça verdadeira' surgiu no alto do
estádio. Neste momento, Milton homenageou o
letrista Fernando Brant, seu principal parceiro,
que morreu em 2015. Afirmou que a vida teria sido
sem graça se não tivesse conhecido o amigo. E
saudou: “Viva Fernando Brant!”.
Paula
e Bebeto, Nos bailes da vida e Maria Maria
encerraram a festa com a presença de todos os
convidados no palco e fogos de artifício no céu.
A turnê de encerramento, cujo repertório
destacou sobretudo as músicas dos dois discos do
Clube da Esquina, terá mais três shows – dois
em São Paulo e outro no Rio de Janeiro