Decisão consta de relatório entregue ao Supremo
Tribunal Federal (STF)

A
Polícia Federal indiciou na quarta-feira, 20/8,
o ex-presidente Jair Bolsonaro e um dos
filhos dele, o deputado federal Eduardo
Bolsonaro (PL-SP), por coação a autoridades
responsáveis pela ação penal do golpe de Estado.
Isso significa que a PF viu elementos de que o
ex-presidente e o deputado licenciado buscaram
atrapalhar o processo do golpe, em que Jair
Bolsonaro é réu (entenda mais abaixo a situação
jurídica do ex-presidente).
A
PF também aponta indícios de que os dois
cometeram o crime de tentativa de abolição do
Estado democrático de direito, uma vez que suas
ações "buscam atingir diretamente
instituições democráticas brasileiras,
notadamente o Supremo
Tribunal Federal e, até mesmo, o Congresso
Nacional Brasileiro".
A
PF teve acesso a troca de mensagens em um
celular apreendido com Jair Bolsonaro. Segundo o
relatório, o material demonstra que o
ex-presidente fez "intensa produção e propagação
de mensagens destinadas às redes sociais, em
afronta à medida cautelar anteriormente
imposta".
Também nesta quarta, a PF fez buscas e
apreensões contra o pastor Silas Malafaia, que
aparece nas investigações sobre coação a
autoridades. No entanto, ele não foi indiciado.
No relatório, a PF informou que foram extraídos
do celular de Jair Bolsonaro áudios e conversas
com Malafaia e Eduardo Bolsonaro que haviam sido
apagados.
Esses registros reforçam, segundo os
investigadores, as tentativas de articulação
para intimidar autoridades brasileiras e
atrapalhar os inquéritos que apuram a trama
golpista.
"As mensagens demonstram que as sanções
articuladas dolosamente pelos investigados foram
direcionadas para coagir autoridades judiciais
do Supremo Tribunal Federal (STF)", escreveu a
PF.
"Com a finalidade de favorecer interesse
próprio, qual a seja, impedir eventual
condenação criminal do ex-presidente Jair
Bolsonaro e demais réus, acusados pela prática
dos crimes de organização Criminosa, Abolição
Violenta ao Estado Democrático de Direito e
golpe de Estado", diz o documento da PF",
continua a polícia.
Eduardo Bolsonaro se licenciou do mandato para
morar nos Estados Unidos, onde atua junto ao
governo Donald Trump para pressionar contra o
processo da tentativa de golpe. Nesse contexto,
Trump impôs um tarifaço de 50% a produtos
brasileiros.
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