Polícia
apreende armas, dinheiro e computador na casa de Belo
Material
estava dentro de um cofre e armas estão
registradas legalmente em nome do cantor, preso em
investigação sobre show com aglomeração na
Maré
A
Polícia Civil do Rio apreendeu, em um cofre
encontrado na casa do cantor Belo, duas
pistolas, munição, dinheiro em espécie e um
computador.
Segundo
a investigação, as armas estão registradas no
nome do artista, que tem posse de arma ou seja,
estão legalizadas.
Em
toda operação, incluindo outros imóveis onde a
polícia esteve, foram apreendidos ao todo R$
40 mil, 3.500 euros, o equivalente a R$
22,8 mil.
O
material foi recolhido em operação realizada na
quarta-feira (17/2), que levou à prisão o
artista e dois produtores de um show que provocou
aglomeração em uma escola municipal no Complexo
da Maré, durante o feriado de carnaval.
O
chefe do tráfico da comunidade Parque União,
onde ocorreu o evento, também teve mandado de
prisão expedido segundo a polícia, foi ele que
autorizou o evento.
O
material foi apreendido na casa do artista, na
Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Belo foi preso
pela Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) em
Angra dos Reis, na Costa Verde.
O
cantor é investigado pela realização de um show
no sábado (13), apesar das proibições devido à
pandemia.
A
polícia também apura a invasão ao colégio onde
foi realizada a apresentação, sem a
autorização da Secretaria Municipal de Saúde.
Segundo investigadores, as salas de aula do Ciep
326 Professor César Pernetta foram utilizadas
como camarotes.
Segundo
a polícia, ele e os outros três alvos vão
responder por: infração de medida sanitária,
crime de epidemia; invasão de prédio público; e
associação criminosa
O
show, segundo a polícia, foi organizado em comum
acordo com o tráfico de drogas. "Até
agora eu não entendi o que eu fiz para estar
passando por essa situação. Quero saber qual o
crime que eu cometi. Subi no palco e cantei",
afirmou, ao sair da Cidade da Polícia, onde
prestou depoimento. "Se eu não posso
cantar para o público, a minha vida acabou."
Em
depoimento na quarta-feira (17/2) na Delegacia de
Combate às Drogas (DCOD), na Cidade da Polícia
após ter sido preso em Angra dos Reis, na Costa
Verde, o cantor Marcelo Pires Vieira, o Belo,
disse que, por ser de São Paulo, não sabe
"muito bem" identificar quando uma
região no Rio é uma comunidade ou não.
"Que
perguntado se sabe quem é o 'dono' da comunidade
onde houve o show, o declarante diz que não, até
porque não sabia que era uma área de
risco", diz trecho do depoimento.
"Dono"
da comunidade é como é chamado o chefe do
tráfico de drogas do local.
Belo
ainda disse que não sabe antecipadamente onde
serão os seus shows. Em relação à
apresentação, o cantor afirmou que entrou na van
na porta da sua casa e já desceu no local do
show, no Ciep.
Operação
'É o que eu mereço'
A
operação se chama "É o que eu
mereço", em referência a uma das músicas
do cantor, que chegou à delegacia no Rio por
volta das 15h30 desta quarta.
Na
chegada, ele afirmou que precisa "saber o que
está acontecendo enquanto achar que cantar e
fazer musica é crime".
Mulher
de Belo, a modelo Gracyanne Barbosa, que
visitou Belo na Cidade da Polícia, postou um
texto no Instagram. Ela argumentou que o marido "chega
pela porta de trás nos locais de shows, vai
direto ao camarim e entra no palco" e que
"só em cima dele tem o contato e a noção
do público".
Belo
não conteve a emoção ao voltar para casa nesta
quinta-feira (18/2). O cantor, que havia sido
preso por fazer um show ilegal no Rio, publicou
vídeos no Instagram Stories em que aparece
chorando.
"Grito
em silêncio. Gratidão a todos. Deus é maior.
Justiça", escreveu Belo, que permaneceu em
silêncio nos vídeos (assista abaixo). Mais cedo,
Gracyanne Barbosa, mulher do artista, afirmou que
ele está bem.
"Para
acalmar a todos, sim, meu Tudão já está em
casa. Está tudo mais calmo e ele está bem. Foi
uma dor grande e hoje entendo um pouco mais de
perto a dor e medo que muitos brasileiros têm ao
sair para trabalhar. Estou com vocês e por
vocês, mais do que nunca", escreveu ela.